sábado, 10 de outubro de 2009

A clarividente (cont.)

O primeiro aparelho de comunicação sem fios foi, obviamente, a minha mãe.
Quando eu era bebé, ela conseguia ouvir o meu mais pequeno suspiro da outra ponta da casa.
Agora que sou adulta, consegue ouvir o meu mais pequeno suspiro da outra ponta da cidade, ou até do país.
Sem pegar no telefone, a minha mãe tem o poder de adivinhar o que comi ao pequeno-almoço a 5000 quilómetros de distância.
Consegue detectar o meu estado de espírito através da minha caligrafia num postal de aniversario e acorda a meio da noite com o pressentimento de que eu exagerei nas compras.
Consegue avaliar o meu nível de stress só de olhar para a Lua.
Detecta no ar o meu nível de consumo de hidratos de carbono.
Se olhar para oeste de olhos semicerrados, consegue adivinhar o meu saldo bancário.
Sabe quando eu estou “feliz”, “muito feliz”, “mais ou menos feliz”, “nada feliz” ou “infelicíssima”.

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